AS MINHAS CORES
Como gosto do verde da campina,
Da erva que cresce e do orvalho que goteja;
Não sinto inveja! - d' ela só admiração.
Daquela porção de terra que me alegra desde menina,
Deixo repousar a minha mente.
Há tantas lembranças, tantas sensações,
Que hoje aquilo que sou ou sinto,
São a semente dessas recordações.
Recordo o amarelo das azedas-
As veredas não teriam o mesmo encanto sem elas;
As veredas não teriam o mesmo encanto sem elas;
As belas estevas; brancas como névoas
Que felizmente não embaçam o meu olhar;
O coaxar das rãs nos charcos das águas da chuva,
A uva ainda pintalgada de verde e roxo,
A uva ainda pintalgada de verde e roxo,
O mocho cinzento/castanho que pia pra lá das manhãs,
O rebanho que pasta sob o azul do céu,
O meu cachorro preto que acha que não basta o ladrar seu!
E eu não me canso de ver o pôr-do-sol;
Aquele entardecer onde o vermelho e o laranja
Aquele entardecer onde o vermelho e o laranja
Lembram que vem a noite no arrebol
E com ele o alvorecer onde tudo terá vida sob a granja!
© RAADOMINGOS