sábado, 29 de fevereiro de 2020

"AH, MARÇO MARÇAGÃO!"


"Ah, Março Marçagão!"


Ah, Março Marçagão
Que traz o inverno n' alma
E namora o verão!
Dá-nos boa-nova porque
Até tem bom coração:
A Primavera em flor.

Ah, Março Marçagão
Que traz flores no regaço
À conquista da Mulher!
Dá-nos coragem porque
Até tem alma materna:
A Natureza do ser.

Quando falamos do ser
Falamos da Natureza
E também de muitos dias
Que trazem mui alegrias,
Ah, Março Marçagão
Até tem trinta e um dias!

© Ró Mar  

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

"A MINHA TERRA É DISTANTE"


"A minha terra é distante!"


A minha terra é distante
Do Porto e minha pena d' ouro
Ergue-a num rabelo viajante
Levando-a a passear p' lo Douro.

A minha terra é distante
D' Aljustrel e sem canseira
Sabe bem fazer torrão d' Alicante
E outras iguarias da vila mineira.

A minha terra é distante
Do Algarve e tão amante
Da gastronomia Algarvia,
Faz D. Rodrigos na caligrafia!

A minha terra é distante
Do Norte e Sul de Portugal,
Perto de todo o semblante
Porque é grande Capital!

A minha terra é distante
Do campo e é tão verde
Porque é a Capital Verde
Europeia de poesia gigante.

Porque a vida é gritante
Sem poesia! Quando não viajo
Deambulando o meu trajo
A minha terra é distante!

Trajo até à Golegã de burrico
Pra celebrar o puro viajante
Lusitano, porque do Ibérico
A minha terra é distante.

A minha terra é distante
D' estrangeirismos, ações
Só na língua de Camões,
Salve aos regionalismos!

A minha terra é distante
Do campo e são sete as colinas
Espelhadas p' lo Tejo flamejante,
Qu' apregoam as varinas.

Quanto à saudade e pranto
Vou até à casa hilariante
D' Amália escutar o quanto
A minha terra é distante.

D' alma e coração numa magia
Maviosa p' la histórica província
Portuguesa! Ah, a minha miopia,
A minha terra é distante!

© Ró Mar  

MANDA QUEM PODE


MANDA QUEM PODE


Manda quem pode
Mas não manda quem quer,
Manda quem sabe,
Manda o homem e a mulher,
Manda o rico nos milhões,
Manda o pobre contar feijões,
Manda o sábio e o sabichão,
Manda o empregado,
Mas quem mais manda é o patrão,
Mandam todos afinal,
Mandam analfabetos, inteligentes,
Mandam doutores pouco crentes,
Mandam tantos minhas gentes,
Mandam até os inocentes,
Mas já nem se conhecem parentes,
Mandam a vida de todos nós,
Mandaram os que partiram,
Mandam os que se seguiram,
Mandam aqueles que nos deixam sós,
Mandam ainda um dia os netos,
Mandar matar os avós!

"AS QUATRO ESTAÇÕES"


"AS QUATRO ESTAÇÕES"


A vida é a natureza
Das quatro estações,
Com janelas bem abertas
E uma única porta,
Que se fecha de repente,
À saída do planeta!

No ciclo normal da vida
A primavera é eleita,
Quiçá o viscoso frescor
Lhe dê o nobre estatuto!
Quem não gostaria
De ser seu olor perpétuo?

Contudo, as rosas são belas
E também têm espinhos!
Como tudo nesta vida,
A primavera também
Tem razões p'ra ser triste,
Quando a desnorteiam!

A juventude que somos
É o primeiro estádio
Num universo secundário
Que por sua vez é o
Primeiro de nossas vidas,
A natureza de cousas!

Na temática luminosa
"Natureza" consta que
Salta a olho nu aquelas
Puras poesias, porque
Ela é musa formosa
Em qualquer das estações.

No meu coração é
A beleza natural
Que ano após ano
Idolatro, em qualquer
Época e circunstância,
Inclusive no inverno.

Todas as quatro estações
Têm um dom de beleza,
Mas, a minha predileta
É a flor alva de maio,
A natural primavera
Até a porta fechar!

Contudo, sou um outono
Delineado em tom
Vivo, porque o viver
Não é idade, ainda que
No inverno de edredom,
Amarei um outro verão!

Caminho de passagem
Olhando ao segundo
O que de melhor há nelas
["As quatro estações"],
Porque minha natureza
É natureza de cousas.

© Ró Mar  

AS MINHAS CORES


AS MINHAS CORES


Como gosto do verde da campina,
Da erva que cresce e do orvalho que goteja;
Não sinto inveja! - d' ela só admiração.

Daquela porção de terra que me alegra desde menina,
Deixo repousar a minha mente.
Há tantas lembranças, tantas sensações,
Que hoje aquilo que sou ou sinto,
São a semente dessas recordações.

Recordo o amarelo das azedas-
As veredas não teriam o mesmo encanto sem elas;
As belas estevas; brancas como névoas
Que felizmente não embaçam o meu olhar;
O coaxar das rãs nos charcos das águas da chuva,
A uva ainda pintalgada de verde e roxo,
O mocho cinzento/castanho que pia pra lá das manhãs,
O rebanho que pasta sob o azul do céu,
O meu cachorro preto que acha que não basta o ladrar seu!
E eu não me canso de ver o pôr-do-sol;
Aquele entardecer onde o vermelho e o laranja
Lembram que vem a noite no arrebol
E com ele o alvorecer onde tudo terá vida sob a granja!

© RAADOMINGOS

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

N A T U R A M Á T R I A


N A T U R A   M Á T R I A 



      Natureza que dás tudo:

      Atmosfera e beleza;

      Terra, nosso habitat,

      Universo de riqueza;

      Rios de luz estrelando

      Astros e seres vivos...



      Miraculosa Senhora,

      Ás da vida queremos

      Tela que dê que falar,

      Renovando boa-hora

      [Íris de teu casto olhar]

      A gente que amamos!

ROMANCE



© Lúcia Ribeiro

domingo, 23 de fevereiro de 2020

"ETERNA ENAMORADA"


"Eterna enamorada"


Ao teu lado a vida
tem gosto especial,
és amigo e eu a tal,
eterna enamorada.

O dia não tem hora
par' amar e ser amada,
aqui estou eu agora
eterna enamorada...

Olhando iluminada
o céu, bem vejo a lua
num desejo de ser tua,
eterna enamorada.

Eterna enamorada
porque o destino o quis,
não foi preciso nada
pra ter um amor feliz.

Eterna enamorada
porque tu és um querido,
não foi preciso nada
pra te ter ao meu lado.

No limiar, eras céu
e eu menina apaixonada,
prometi ser-te fiel,
eterna enamorada.

Entretanto, fui amada
por ti num mar tropical,
o prazer descomunal,
eterna enamorada.

Não há outro final,
o que nos une é oferenda
dum amor intemporal,
eterna enamorada.

AINDA VOU A TEMPO...

     

 Ainda vou a tempo...


      A mei muito, mas nunca quis revelar,
      B em guardado ficou o nome de quem não soube o que foi o meu amar.
      C ontei dias, meses...
      D ei conta do meu pobre coração que só sabe o que são reveses
      E como não soube ter pena dele
      F icou partido e agora qu' é dele?
      G rudado numa agonia prevista!
      H oje choro, arrependo-me... já se me encarquilha a pele da vista!
      I magino tardiamente o que seria amar sob os lençóis
      J untinhos num só, sem se perceber que éramos dois,
      L etargicamente acordar agarradinhos,
      M ostrar ao mundo nossos carinhos,
      N amorar como se fosse a primeira vez,
      O rgulhar-me daquilo que o meu corpo fez...!
      P enalizar-me agora para quê?
      Q ue me adianta se ninguém sabia, nem você?
      R esta-me guardar como se fosse memórias,
      S upostamente estas nossas estórias.
      T udo farei para romper com o passado,
      U ltrapassar fica o fardo menos pesado.
      irar esta página é a melhor solução,
     ingar-me, não apaga o que o tempo escreveu.
      Z angar-me? -Também não serve esta ocasião! -seguir em frente, ainda vou
.                                                                                                          a tempo... porque não?

A S C O R E S D A V I D A


   A S  C O R E S  D A  V I D A


      Azul oceânico no meu coração,
      Sabe a vida dum amar a cor-de-rosa!

      Cristalino olhar dum branco d' encantar
      Olhando para o amarelo dourado do Sol,
      Recordando vermelho paixão,
      Escorrendo as lágrimas anil a par e par
      Sob a esperança dum verde dia ao arrebol.

      Dia mesclado dum branco e preto num papel
      Amarrotado por uns traços cinza nevoeiro.

      Vida a minha que não tem nenhuma cor definida,
      Inda qu' incolor tenha o amor primeiro
      Duradouro de olhos cor de mel e boca miúda
      Ao luar daquele coral numa estrela faustosa!

sábado, 22 de fevereiro de 2020

[F]IGUEIRAS


[F]IGUEIRAS


Folhas fortes, frescas, frutíferas,
felpudas florescendo figueiras,
florindo, fitando faceiras foz,
formando frente fria aos fervores!
Fibrosos filamentos facilitando
flautear flamenco fluente,
fanfarrando freneticamente
(folclore ficcional), faseando
figos! Fisionomia fascinante
fomentando forças fazedoras!
Fazem fenomenal floreado
focando forma, firmando flores,
favorecendo fé! Fabricadoras
folhosas, fraternais filiando foz,
fartura fermentando figueiras!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

CAMINHOS...


Caminhos…


Caminho por aí
Procuro o que não há
De repente senti
Quando te vi
Que o Sol a Lua me dá

Uma Lua enluarada
Repleta da sua luz
Mas que coisa adorada
Que por mim é amada
E ao Sol ela faz jus

A Lua vem após o Sol
Mas o Sol a fará brilhar
E o par aqui se cole
E a vida em nós role
E que ambos se possam amar

Olho lá longe no Poente
Onde vejo o Sol a se esconder
Logo depois a Nascente
Uma Lua que se sente
Aparece no seu prazer

E na sua translação
Ilumina os nossos rostos
Por ela grande paixão
Se me cria a ilusão
De alguém que está a postos

NA AZÁFAMA DO CARNAVAL


NA AZÁFAMA DO CARNAVAL


O Carnaval é um alegrete de vida, cheio de cor e emoção, onde há flores naturais e artificiais, adornos, serpentinas, papelotes e muitos mais efeitos coloridos. Há vidas reencarnadas em trajes populares e outras fantasias cheias de cor, trabalhando a palavra do mestre carnavalesco. Há também partidas agradáveis, outras menos (bisnagadas, bombas de mau cheiro, farinha e ovos duma outra culinária).
Entrudo é época de "comer de tudo" (feijoadas, bolas de chouriço e outras carnes), de muita tradição e folia servida num tabuleiro de xadrez a preto e branco ornamentado de Rei, Arlequim, Columbina, Pierrot, bobos da corte, peões..., desfilando no centro de vilas e cidades o verde, vermelho e amarelo da bandeira de Portugal, predominando o verde e amarelo do samba (Brasil).
Carnaval é uma festa universal onde reina a sátira e a harmonia das cores numa atitude fantasmagórica. O azul do céu é mote perfeito para uma criação apurada e também palco duma exuberante e colorida chuva de estrelas artificiais, lembrando o arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta).
Na azáfama do Carnaval devemos de ter atenção aos excessos, em particular, os de velocidade: conduzir com responsabilidade; atravessar as ruas com prudência. Ter sempre em atenção os sinais emitidos pelos semáforos: vermelho (paragem obrigatória); amarelo (abrandar); e, verde (circular livremente).
E, é circulando livremente que vivemos alegremente! Somente durante três dias, porque é Carnaval: sinónimo de liberdade de expressão. Dando asas à imaginação numa alegre e teatral paleta podemos assim compor uma nova época (de tentações e prazeres), onde os foliões são sobretudo os populares, não perdendo uma para "arreganhar a taxa", pintando máscaras e caretos.

© Ró Mar  

COLORIDO



A M E N D O E I R A E M F L O R


A M E N D O E I R A  E M  F L O R



      A lma dócil qu' espalha branco-rosa

      M esclando meio Universo de fresca-beleza,

      E rguendo arbustos a uma nova estação

      N um solstício de luz, qu' espera franqueza

      D ia à dia, trazendo no regaço flor airosa,

      O rnamentando vidas que sonham primavera!

      E m torno d' um tempo sazonal nasce poesia

      I nimaginável, porque o ser humano é moldável,

      R essuscitando Páscoa-a-Páscoa um novo coração,

      A limentando uma natureza sustentável!


      E rguendo a Santa milagrosa no adro de Fátima,

      M emorando história em forma de lágrima!


      F lor primaveril d' olho dourado, quimera

      L inda de viver, nobre fruto cor d' alegria!

      O poema que tem mais qu' amor

      R escrevendo o ciclo d' amendoeira em flor!


ORQUÍDEAS



PRIMAVERA


PRIMAVERA


Novo ciclo para a vida
Brotando da natureza,
Botão de luz acesa
À primavera querida.

À primavera querida
Dedico letras miúdas
Em palavras aveludas,
A homenagem à amada.

A homenagem à amada
Em letra imaginada,
Dito nova estação
Acalentando o coração.

Acalentando o coração
Vejo uma dupla beleza,
Janelas da natureza
Que pinto com emoção.

Que pinto com emoção
No ar fresco da manhã,
Tons pastel na minha mão,
Aroma de hortelã.

Aroma de hortelã
Num dia ameno e belo
D' um sereno amanhã,
Meio-dia p'lo cabelo.

Meio-dia p'lo cabelo,
Lagoa azul d' um amor
Pausando de flor em flor,
Era d' olho amarelo.

Era d' olho amarelo
E muita pétala branca
P'lo relvado d' um castelo,
Reinando verde avenca.

Reinando verde avenca,
Mocidade que despenca
Na escalada da estação
Dando bagos de paixão.

Dando bagos de paixão
Em março, abril e maio,
Primaveril criação
De um amor catraio.

De um amor catraio
Vem o puro sentimento
Do poema que num raio
Primaveril foi escrito!

ZOOLOGICAMENTE FALANDO



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

... MELHOR MÁSCARA!


... MELHOR MÁSCARA!



       A s máscaras da vida apreciada:

       B eleza, singeleza e também hipocrisia!

       C ada uma delas tem o próprio significado

       D estilando essência concreta às claras.

       E m época d' Entrudo há outras máscaras

       F estejando a vida, outra poesia!

       G arridas, alegóricas ao quotidiano,

       H avendo uma catrefada de modelos e cores

       I nventando vidas consoante a época!

       J aneiro a janeiro de ano p'ra ano

       L ogrando vida com felicidade hipotética,

       M eio caminho prá passagem no palco dos atores!

       N o Carnaval temos uma panóplia d' enfeites

       O rnamentando a vida, p'los três dias,

       P arafraseando sátiras e colorindo ruas,

       Q uestionando certos modos de vida,

       R eacendendo vidas no lamiré de folias

       S audáveis e criativas, abonando gentes,

       T ocando vidas prá frente, dançando...

       U nindo por escasso período de tempo gentes

       V árias numa roda-viva, cetim cruzando

       X adrez, riscas e pintarolas! Meio mundo

       Z argateando p'la melhor máscara!


© Ró Mar  

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

"E É QUASE PRIMAVERA"


"E é quase primavera"


O outono passou e gera
Ventania p'lo inverno
Espreguiçando sereno
E é quase primavera!

E é quase primavera,
A temperatura amena,
As manhãs de açucena,
Os dias d' outra quimera!

Os pássaros cantando
Trovas d' amor no telhado
De jardins pautando hera
E é quase primavera!

De fevereiro a março
É pulinho no espaço,
Outra no regaço, pudera,
E, é quase primavera!

© Ró Mar  

FAÇO PONTES...


Faço pontes...


Faço pontes amorosas
Dou as mãos ao meu amor
As ousadas são famosas
Quando gostam de calor

Preparo-me para a fotografia
Num romantismo inaudito
Colho em ti essa alegria
Tens um corpo tão bonito

Olho à volta de nós
Para ver se não está ninguém
Dou-te um beijo perdes a voz
Ao te chamar de meu bem

Olho no fundo do teu olhar
Vejo-me lá refletido
Não há nada como o amar
Vota nisso o teu sentido

Encosto-te ao meu peito
Duma forma ternurenta
E em ti fico sem jeito
E a tua pessoa não o lamenta

T E M P O D E C A R N A V A L


T E M P O  D E  C A R N A V A L


      T empo de sair à rua fantasiado p'ra celebrar
      E ntrudo, "vale tudo" brincando alegremente!
      M ascarados de muito género, foliões e gente
      P asseando os carros alegóricos, vidas
      O rnamentando ruas, avenidas...

      D ias de Sol compõem sátiras num sorriso
      E rguendo caretos e matrafonas ao paraíso!

      C orcel desfilando a tradição popular,
      A ndarilhos, palhaços p'la ribalta
      R eferenciando as melgas do sistema atual,
      N uma encenação caricata do trivial!
      A despedida do inverno em alta,
      V erão em três dias p'ra dançar até rebentar
      A o som do samba, outras e lambada,
      L ibertando as almas d' uma outra carnavalada!

© Ró Mar  

O ABECEDÁRIO DE UMA VIDA


O abecedário de uma vida


      A ntes que digas mais e não valha a pena,
      B asicamente já refizeste a tua vida;
      C ada um seguirá o seu caminho!

     D izes isso porque não percebes.
     E nfim!

     F az como quiseres.
     G asto demasiado vocabulário, contigo.

     H aja paciência!
     I gnoras-me, não posso fazer nada.
     J untos, seriamos a mais bela estória de amor.

     L embras-te quando te disse que te amava?
     M andaste-me dar uma volta.
     N ão foi? - Já te esqueceste?
     O problema sabes qual foi? - fazeres caso da tua mãe.
     P odíamos ter sido tão felizes!
     Q ueres agora, mas já é tarde.
     R esta-nos a lembrança desses tempos.

     S audades, queres tu dizer - como as tenho!
     T olda-se-me o coração!
     U sasse eu a cabeça, mas tinha medo!
     V erdade seja dita, lá em casa todos tínhamos medo - mãe é pior que ditador,
         pelo menos a minha!
     X eque-mate pra mim mesmo! - como me arrependo.

     Z angámo-nos e como me magoou - oh se magoou, tirou-me um pedaço de
         vida. A vida que  queria ter vivido contigo e não vivi. Agora tudo se atrasou,
         até os filhos...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

UNO AMOR P'LOS CONTINENTES!


UNO AMOR P'LOS CONTINENTES!



      A mais linda história d' amor

      Brinda paixão em flûtes de cor

      Com corações de confete plural,

      Degustando a magia descomunal

      Entre o céu e a terra à luz das estrelas,

      Figurando inúmeras aguarelas,

      Guaches, pastéis, lápis de cor...

      Harpeando o ninho do amor,

      Imaginando pinturas d' estilo,

      Jóias de galeria de tudo aquilo!

      Lenços pintados, outros bordados,

      Monograma real dos namorados

      Na típica união das mãos dadas,

      Ode de mui traços e palavras cruzadas

      P'lo jardim encantado, passeando

      Quase à beira mar, num azul, beijando

      Roseiras e mui flores de namorar,

      Semeando amor natural p'lo ar,

      Trauteando formosa canção, laço

      Unindo o céu e a terra num abraço

      Viral, contagiando fados viajantes,

      Xaile saudoso dos amantes

      Zelando uno amor p'los continentes!

© Ró Mar  

EMOÇÕES EFUSIVAS


domingo, 16 de fevereiro de 2020

[N]AMORADOS


[N]AMORADOS


Namorados, ninhos naturais
Novelados num nobre nó na noite,
Namorando nalguns naipes naturais.
Ninguém nega novidades normais,
Namorados não nocivos, normalmente
Namorando na nuvem, num Neptuno
Nutritivo, nosso núcleo namoradeiro.

Namoro! Namorávamos no nosso ninho
Noutros níveis, nariz no nariz,
Namorávamos numa natureza nítida
Nexo num nexo, nossas novidades,
Néctar nobre naquele namorar,
Nada nem ninguém, nós namorávamos
Na natureza, nuances naturais!

Namoro-te, namora-me... Nelinho,
Num Nilo, noutro, numa nascente nossa
Noutra, noutra... naquela nossa nuvem,
Não na net numa nudez neurótica!
Namora-me nariz a nariz, numa nórdica
Nuvem, noutra, num natural ninho
Na nota nó, no número nove, noutro
Número, no noventa, no novecentos...
Namora-me... naquele nascer nosso!

Nosso namoro, novela notória,
Navegado numa, noutra nuvem natural,
Nomeado nas nações Nobel: "Namorados",
Noticiado nos novos noticiários!
Nós nunca namorámos na net, não!
Navio navegado numa nuvem naturalíssima,
Nada, nem ninguém, nós navegámos
Na nossa nuvem, num nó nobre, não
Noutro namoradeiro, notados nós, nunca!?

Nós namorámos namorando nas nuvens,
Nada, nem ninguém, nós namorámos!
Namorei-te, namoras-te-me... Namoradinho,
Namoro-te, namora-me... novamente,
Numa, noutra nota, num nascer nosso,
Namorando, nicando nas nuvens,
Namora-me... naquele nascer nosso,
Nada nem ninguém, nossos neurónios,
Nosso nome, nós "Namorados"!

© Ró Mar  

LETRA [V]


LETRA [V]


Vivo viajando vivendo
Vi vivenda vendida
Vejo vai voltando
Vejo venda voltada
Vejo vida virada
Vendendo vendi vida,

Vejo vírgulas virtuais
Vejo virtualidade virtuosa
Vejo virgens vitrais
Vejo ventanias vendavais
Vendendo vendia ventos
Vasculhando verticais,

Vais vendo vozes vorazes
Vocais voando viscerais
Vocabulário vendendo vogais
Voando voavam vitelos
Voaram vozes vibrantes
Voando vendo verte-los

Viajando vendendo Vivaldi
Voando voei vontade
Vencendo vida vi vaidade,
Vislumbrei, vendo vulnerabilidade!

[D]ILEMAS


[D]ilemas


Doravante deito-me depois da demanda;
Denegrir, desdenhar dói! -Desgraçado!
-Deves dormir, deves! -dormes
dentro do dever... depois diz...
Digo! -Desse Deus desfechos dizimadores,
Dava-me descanso deste discurso de degredo.
É doença dilacerante!
-Desígnios de Deus, ditosa doçura!
-Desaparece! - destruíste dez dias decentes deslealmente.
-Desafios! -donzela durona.
-Dominem-me, detenham-me! -Diabo difusor do descaro -Disputas-me?
-Demover-me deixará dormir-te descansada?
- Duelo dispensado!
-Desandar daqui disponho-me. Dignidade drena desta derme!
- Dádiva de Deus!- Deus direitamente dá dotes do diabo.... dá, dá!

ALMA AGITADA



© Lúcia Ribeiro

O D I A D O S N A M O R A D O S


O  D I A  D O S  N A M O R A D O S


      O dia dos namorados é quando há amor.

      D ia catorze de fevereiro é de São Valentim,
      I nvoca a união e consagração do amor
      A os enamorados, com toques de perlimpimpim!

      D ia de novidades, exotismo, exageros passageiros
      O nde tudo rima com paixão/
      S edução embriagando os namoradeiros.

      N um abrir e fechar de olhos tudo acontece,
      A imaginação é fértil e o amor quer asas pra voar!
      M omentos de cumplicidade e prazer
      O sculando os corações amantes num ápice divino!
      R osas e outras lindas flores são tentação,
      A cor vermelha é a de mais interesse,
      D esde a ponta do pé até à raiz do cabelo a vibrar
      O intenso perfume que compõe o jardim do ser,
      S endo que o amor é o maior hino!

sábado, 15 de fevereiro de 2020

[R]ESPIRANDO...


[R]ESPIRANDO...


Respirando refresco, ramifico
rejuvenescendo retratos reais,
realizo riqueza, reavivo roseirais
rodopiando raras recordações!
Raríssimas rimas recriando ramalhões
renascem, rosmaninho rabisco!

© Ró Mar  

[A]MAR


[A]MAR


Amar avidamente a áurea ambiental,
Amanhecer amando abraçado à amante
Acordando andorinhas, atemporal!

Ah, a amada acalenta alma artística!
Algo a adormece assombrosamente,
Alada ao abecedário, ametista acústica!

A amizade anda aliada à alvorada,
Aparece afavelmente,
Aquando alinhavo a almofada!

Ah, aromática amarílis avermelhando,
Adamascando afincadamente
A árvore âncora, algures amando!

A alma agora adocicada agradece
À adorada amante a atraente
Aureola azul, amor amigo aquece!

© Ró Mar