terça-feira, 21 de setembro de 2021

PROVÉRBIOS

DESAFIO POÉTICO:

Provérbios - ditados populares portugueses


Imagem de Ró Mar


Participantes: Ró Mar, RAADOMINGOS 


Fotografia de Ró Mar

Provérbio:


"O amor é um passarinho
que não aceita gaiola"


EXCELSA FELICIDADE


Para sempre enamorados.
São flores que se regam
Mutuamente, mil agrados
E infinita compreensão;

Cuidados todos os tempos
E circunstâncias, afagos
Cúmplices nos contratempos,
Que reduzem os estragos.

Para sempre entrelaçados.
São flores que excedem ventos
De qualquer frente, abraçados
Ao que move momentos...

Momentos inexplicáveis...
Perante toda a liberdade,
Que ambos têm, sempre espectáveis
De excelsa felicidade.

Eles sabem do seu ninho
E cantam-no sem argola:
"O amor é um passarinho
Que não aceita gaiola".

Ró Mar | 09/2021


Provérbio:


"Depois de casa roubada trancas à porta"


TARDE


Por entre mesclas de sombras e luz,
Sobre o vergar do verde cru da rama;
Os corpos sucumbem na fria cama,
Sob prelúdios de uma intensa avidez.

O beijo que das bocas aos lábios cola;
Gesto que por um instante dá-lhe asas,
Eleva-a da terra à auréola da lua
Hoje entrega-se, consola-se, é sua!

Ecos breves ressoam na sua cabeça
Como o pregão que se eleva na voz:
O que fizeste! -Não sabes, não vês?
Chicotes vergam-lhe a consciência!

O maior tesouro que antes escondera
Chora-o com tanto dó que até a alma corta.
Mas do que é nosso, já o saber houvera:
"Depois de casa roubada trancas à porta..."!

RAADOMINGOS | 09/2021


Provérbios:


"Grão a grão, enche a galinha o papo"|

"De baguinho a baguinho enche a galinha o papinho"


"A pressa é inimiga da perfeição"


"Devagar se vai ao longe"


"O hábito não faz o monge"


"A verdade e o azeite vêm sempre ao de cima"


"Quem espera sempre alcança"


"Saber esperar é uma grande virtude"


"Deitar cedo e cedo erguer..."


"o que não lembra ao Diabo"(expressão idiomática)

 "ao fim ao cabo"(expressão idiomática)


POEMA DE ZÉ NINGUÉM


Começo por escrever
Apenas uma palavra,
A primeira qu' ocorrer
E o contexto se lavra...

Não que o tenha pensado,
Mas, gostava de expressar
O quão valioso passado
Num ditado popular.

Modos sempre atuais,
Que perpetuam gerações
Anciãs. Frases racionais,
Que dão resposta a questões.

Quão sábias as lições,
E fáceis de decorar!
 São aquelas expressões
Práticas para educar!

Ah, que bom é recordar
O saber dos mais velhos
E poder ainda continuar
A fomentar conselhos!

Palavra puxa palavra
E aos poucos vem o poema,
Que numa virtuosa lavra
Contextualiza o tema.

"De baguinho a baguinho
Enche a galinha o papinho"
E eu enquanto for pintainho
Embico letras no papelinho!

Eis o dilema desvendado
Num pequeno momento!
Não é um grande ditado,
Mas, é um bom argumento!

Lembra o que a avó dizia:
- Menina presta atenção,
"A pressa é inimiga da perfeição"
E assim se fazia poesia!

"Devagar se vai ao longe"
E há que ter esperança!
"O hábito não faz o monge",
Mas, faz o olhar duma criança!

De aparência nem a rima,
Pois, "a verdade e o azeite
Vêm sempre ao de cima"!
Cadê a poesia de enfeite?

"Quem espera sempre alcança"
- Eis o que nos dá alento
Pra prosseguir com confiança
  A morosidade de contento!

Também "saber esperar 
É uma grande virtude",
Ter paciência de aguardar
Faz-nos crescer a atitude!

Quem lembra velho ditado
"Deitar cedo e cedo erguer..."
Fez tão bom aprendizado
Que mui velho vai morrer!?

O ancião, "ao fim ao cabo",
Bons conselhos e também
"O que não lembra ao Diabo"-
Poema de Zé Ninguém!

Ró Mar | 09/21


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