terça-feira, 28 de setembro de 2021

"SEMPRE MAIS UMA ESTAÇÃO"


Desafio Poético: Poesia | Quadras com o mote:

"Sempre mais uma estação"


Participantes: Ró Mar, Maria Graciete Felizardo, RAADOMINGOS 
e Naná G.

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"SEMPRE MAIS UMA ESTAÇÃO"


Os tempos mudam e nós
Também resta a reflexão,
Que tem seus contras e prós,
"Sempre mais uma estação".

Revestidos de ilusão,
Que preenche os nossos dias,
"Sempre mais uma estação"
Pra vivermos fantasias!

Há algures recordações,
Que nos acenam ou não!?
Limonada há sem limões,
"Sempre mais uma estação"

E ouvem-se as cantilenas
Do que não tem ocasião,
Há terços para as novenas,
"Sempre mais uma estação"!

Ah, podia ser um verão
Soalheiro ou primavera!?
"Sempre mais uma estação",
Algo que há muito se espera.

Dizíamos nós que queríamos
Mais do mesmo ou até não!?
Havia esperança e vivíamos
"Sempre mais uma estação".

E a duvida soa no ar,
Folhas duma coleção
D' outono, pra renovar
"Sempre mais uma estação".

É certo que há indecisão,
Pois, sabemos do inverno,
"Sempre mais uma estação",
Pode ser ou não inferno!?

Vida! Haja saúde e paciência
Pra equilibrar a criação,
Pois, temos por excelência
"Sempre mais uma estação"!

Ró Mar | 09/2021

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"SEMPRE MAIS UMA ESTAÇÃO"


"Sempre mais uma estação",
Todos os anos ela chega,
Em modo de exortação,
Voam sabores p'ra adega!

Maria Graciete Felizardo | 09/2021

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"SEMPRE MAIS UMA ESTAÇÃO"


O que passa na sazão,
Não se aplica por toda era.
"Sempre mais uma estação",
Que sucede a primavera.

O atrasado cidadão,
Não desfruta d' apeadeiro.
"Sempre mais uma estação",
Dava jeito no ano inteiro.

Qual delas é que se aplica
Nesta minha explicação?
"Sempre mais uma estação"
Em que quadra é que ela fica?

Na segunda, a do comboio,
A primeira, a translação?
A cabeça mais não moio
-"Sempre mais uma estação"!

Expressem lá pois então,
A da homonímia justiça!
Sempre mais uma estação,
Qual a estrofe mais castiça?

RAADOMINGOS | 09/2021

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Sonetos Do Universo | 2021

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

PALAVRAS: DIFERENTE, SOL, CANTIGAS, LIVRE, MACIO, ESPERA, PERDEU e VERDADES.


Desafio Poético | Poesia ou Prosa com as palavras:

                  DIFERENTE, SOL, CANTIGAS, LIVRE, MACIO, ESPERA,                       PERDEU e VERDADES.

 

Participantes: RAADOMINGOS, Ró Mar

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TUDO TEM UM SENTIDO DIFERENTE


Tantas verdades tem a natureza,
Que só observamos a sua beleza
E não vemos o que ela tem!

Contém genuinidade, lealdade, é pura!
Segura de si brota vida. Tem alma!
É pérola que da terra, o sangue advém!

Tem a génese como assinatura.
Solto de juízos não recrimina. É livre!
Está lá para todos e não é só de alguém!

Não gosta que ninguém se prive.
Estende o tapete macio e sobre a sua grama,
Deixa que no estio, o sol faça a sua cama.

Espera ainda que chegue a noite
E pra quem é menos afoite ou se perdeu
Permite às estrelas que use o condão delas!

É tocante!
Até os sons tomam outra dimensão.
cantigas que julgo ouvir neles!
É vibrante morar sob este céu.

E eu que amo tanto este tesouro,
Sei que é de ouro a grandeza desta vastidão.
-Tudo tem um sentido diferente!

RAADOMINGOS | 09/2021

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VENTO MACIO E LIVRE


 O explanar do Sol tem dias contados  
E também pra contar certas verdades!  
Erguem os ventos por mares e prados,  
Que compõem a coleção de festividades! 

Dança ritmada por cantigas outonais,  
   Como que a voar prós braços da primavera
Em andor de soberbos arranjos florais -
 Paraíso - a palete d' ocres, que s' espera!

Num passear diferente pela natureza,
Tudo se transforma e de estado em estado...
Nuvem que se perdeu!? Mas, ganhámos riqueza!

Tudo o que surge é bem aproveitado  
Na terra, nos rios e em olhar de certeza!  
Vento macio e livre que nos é emprestado!  

Ró Mar | 09/2021
 

Sonetos Do Universo | 2021

terça-feira, 21 de setembro de 2021

PROVÉRBIOS

DESAFIO POÉTICO:

Provérbios - ditados populares portugueses


Imagem de Ró Mar


Participantes: Ró Mar, RAADOMINGOS 


Fotografia de Ró Mar

Provérbio:


"O amor é um passarinho
que não aceita gaiola"


EXCELSA FELICIDADE


Para sempre enamorados.
São flores que se regam
Mutuamente, mil agrados
E infinita compreensão;

Cuidados todos os tempos
E circunstâncias, afagos
Cúmplices nos contratempos,
Que reduzem os estragos.

Para sempre entrelaçados.
São flores que excedem ventos
De qualquer frente, abraçados
Ao que move momentos...

Momentos inexplicáveis...
Perante toda a liberdade,
Que ambos têm, sempre espectáveis
De excelsa felicidade.

Eles sabem do seu ninho
E cantam-no sem argola:
"O amor é um passarinho
Que não aceita gaiola".

Ró Mar | 09/2021


Provérbio:


"Depois de casa roubada trancas à porta"


TARDE


Por entre mesclas de sombras e luz,
Sobre o vergar do verde cru da rama;
Os corpos sucumbem na fria cama,
Sob prelúdios de uma intensa avidez.

O beijo que das bocas aos lábios cola;
Gesto que por um instante dá-lhe asas,
Eleva-a da terra à auréola da lua
Hoje entrega-se, consola-se, é sua!

Ecos breves ressoam na sua cabeça
Como o pregão que se eleva na voz:
O que fizeste! -Não sabes, não vês?
Chicotes vergam-lhe a consciência!

O maior tesouro que antes escondera
Chora-o com tanto dó que até a alma corta.
Mas do que é nosso, já o saber houvera:
"Depois de casa roubada trancas à porta..."!

RAADOMINGOS | 09/2021


Provérbios:


"Grão a grão, enche a galinha o papo"|

"De baguinho a baguinho enche a galinha o papinho"


"A pressa é inimiga da perfeição"


"Devagar se vai ao longe"


"O hábito não faz o monge"


"A verdade e o azeite vêm sempre ao de cima"


"Quem espera sempre alcança"


"Saber esperar é uma grande virtude"


"Deitar cedo e cedo erguer..."


"o que não lembra ao Diabo"(expressão idiomática)

 "ao fim ao cabo"(expressão idiomática)


POEMA DE ZÉ NINGUÉM


Começo por escrever
Apenas uma palavra,
A primeira qu' ocorrer
E o contexto se lavra...

Não que o tenha pensado,
Mas, gostava de expressar
O quão valioso passado
Num ditado popular.

Modos sempre atuais,
Que perpetuam gerações
Anciãs. Frases racionais,
Que dão resposta a questões.

Quão sábias as lições,
E fáceis de decorar!
 São aquelas expressões
Práticas para educar!

Ah, que bom é recordar
O saber dos mais velhos
E poder ainda continuar
A fomentar conselhos!

Palavra puxa palavra
E aos poucos vem o poema,
Que numa virtuosa lavra
Contextualiza o tema.

"De baguinho a baguinho
Enche a galinha o papinho"
E eu enquanto for pintainho
Embico letras no papelinho!

Eis o dilema desvendado
Num pequeno momento!
Não é um grande ditado,
Mas, é um bom argumento!

Lembra o que a avó dizia:
- Menina presta atenção,
"A pressa é inimiga da perfeição"
E assim se fazia poesia!

"Devagar se vai ao longe"
E há que ter esperança!
"O hábito não faz o monge",
Mas, faz o olhar duma criança!

De aparência nem a rima,
Pois, "a verdade e o azeite
Vêm sempre ao de cima"!
Cadê a poesia de enfeite?

"Quem espera sempre alcança"
- Eis o que nos dá alento
Pra prosseguir com confiança
  A morosidade de contento!

Também "saber esperar 
É uma grande virtude",
Ter paciência de aguardar
Faz-nos crescer a atitude!

Quem lembra velho ditado
"Deitar cedo e cedo erguer..."
Fez tão bom aprendizado
Que mui velho vai morrer!?

O ancião, "ao fim ao cabo",
Bons conselhos e também
"O que não lembra ao Diabo"-
Poema de Zé Ninguém!

Ró Mar | 09/21


Sonetos Do Universo | 2021

sábado, 11 de setembro de 2021

TEMA SOBRE A IMAGEM


DESAFIO POÉTICO:

TEMA sobre a IMAGEM


Texto em prosa ou poesia sobre a imagem apresentada.


Fotografia de Ró Mar


Participantes: RAADOMINGOS, Ró Mar, Naná G.


EU SABIA-O


Deixo pousar o olhar um tanto vadio,
Este, vago agora que me empurra,
Pela estrada que me leva ao casario.

O vento, companheiro que me sussurra:
"Deixa pra trás o que o tempo não traz"
Faz do meu passo uma vontade turra!

Esta vontade que pouco me apraz,
Tira aos meus dias  longos sonos.
Tenho receio de não ser capaz!

Os anos perdidos foram longos,
Agora sei, depois de tudo, que sim,
Mas já não me retira os sérios tombos!

Tenho tanto desprezo em mim
Que não sei se isto se acalma,
Por ter deixado... adivinhando o fim!

Exergava desde sempre minha alma;
Enganar-me deixei-me por ser louca,
Sabendo, não ter da tua mão a palma!

É por isso que a minha força é pouca!

RAADOMINGOS |09/2021


DESENHAR!


I

Desenhou-se a luz do dia
P'lo passeio dum acaso,
Grelha que subiu o meu raso
Olhar e me prosseguia
Ao limiar do céu, que erguia!
Parou o tempo por ali,
Por instinto orei dali:
-Se ele me amasse tal sou!
O Cristo-Rei me abraçou,
Como se fosse daqui!

II

Ainda assim, o dia clareou
Como que havendo mais vida
E tal paisagem erguida
De mansinho se instalou
Em outro campo que sou!
Onde sempre existe pontes
E um rio por todas as fontes!
Sempre no mesmo lugar,
P'la outra margem a andar,
Vivi outros horizontes!

III

Quanto, nem queria pensar!
Havia a saudade de Lisboa,
Daquela alma de Pessoa
E do que me fez parar.
-Ah, até faz bem arejar!
Corava de céu aberto,
Mundos havia descoberto
E o tempo sobrevoava!
A luz que me orientava
(O Sol) foi e a noite por perto!

IV

-Ah, falha-me alguma vista,
O passeio já sem brilho!
-E, qual será o meu trilho?
-Eis a vez de ser realista,
Mas, sonhar faz o artista!
Como que a reencaminhar
O regresso sem desabar,
Com toda a força e coragem
Para prosseguir a viagem
Que se haverá de desenhar!

Ró Mar | 09/2021


FOTOGRAFEI A CIDADE


É difícil fotografar tudo o que avisto
O casario, a ponte, o rio,
Entretanto tentei descrevê-lo na minha poesia.
Seria o Tejo que ali corria?
Era madrugada, a cidade parecia adormecida. 
Nem barulho se via ou ouvia, 
Ninguém passava entre as casas,
Tudo parecia um deserto 
Só parecia ver fantasmas e brancas casas. 
Tive algumas visões naquela madrugada 
Preparei a minha máquina fotográfica
Para fotografar a paisagem
Senti um perfume de jasmim, largado,
No beiral de um sobrado 
Fotografei o perfume 
Vi uma andorinha pregada no beiral de uma casa,
Um caracol passeava naquela existência lenta
Dirigindo-se pr’a uma pedra
Fotografei a existência dela,
E fotografei o céu 
E a nuvem que passava lenta
Porque a cidade continuava 
Silenciosa, sonolenta.
Senti saudades da minha aldeia,
Mais pequena, mas franca, muita viva,
Ali reina azafama e alegria.
Pequenas veredas sombrias,
Visão da calma despojada
Um destacar de luta e vida!
Esta imagem avistada,
Tem ar funesto prenúncio do nada,
Na minha terra há todo o dia,
Mãos calejadas e frias,
Tranquilidade perdida.
Quero a paz da minha aldeia!
Voar livre como o vento,
Semeando mil afectos,
Espalhar sorrisos em ar de cumprimento
E voar alto nas asas do pensamento.

Naná G.| 09/2021


Sonetos Do Universo | 2021