Desafio Poético | Poesia ou Prosa
com as palavras: PUZZLE, ENIGMA, CHARADA
e QUEBRA-CABEÇA
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Participantes: Armindo Loureiro, Ró Mar e RAADOMINGOS
PUZZLE
Vou construir um puzzle
Sem grande quebra-cabeça!
Ainda que a poesia seja enigma
Há sempre certo paradigma;
A Musa abona qualquer charada
Para desanuviar a cabeça.
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"Vou construir um puzzle"
À medida do meu coração
E aconchegado o vou fazer
Com o que me traz prazer:
A poesia dum dia de calor,
Lamechices da paixão!
"Sem grande quebra-cabeça"
Vou compor uma canção;
Pedaço a pedaço completo
O espaço vazio e secreto;
Que possa apaziguar a dor
Nas minhas mãos de afeição!
"Ainda que a poesia seja enigma"
Eu vou ser habilidosa
E tecer bem os cordelinhos
Para colar todos os bocadinhos;
Que se enlacem uns nos outros
De forma bastante airosa!
"Há sempre certo paradigma"
Na vida e com essa desdita
E dois palmos de testa
Vou fazer uma breve sesta;
Que tão bem me fazia
Para melhorar minha escrita!
"A Musa abona qualquer charada,"
Por mais impossível que pareça
Não há que temer ousar;
Se não colar cacos e adoçar
Este motor descompassado
Faz com que algo esqueça!...
Para desanuviar a cabeça
Não há mesmo nada melhor
Que exercitar outras cousas
Como: traçar nas lousas
Grifando aquelas parcelas,
Que nos sabem dar amor.
© Ró Mar
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Desafios que nos são feitos...
Desafias-me a te decifrar
Esse teu puzzle de palavras
É uma charada de que vou gostar
Por de ti tanto gostar
Nas palavras que me são dadas
Quebra-cabeça prá minha tola
Será sempre um desafio
Um enigma será a mola
Que me fará andar à gola
E do qual eu jamais me rio
Juntei estas quatro palavras
Que me deste com carinho
Desafio que não entravas
Nas palavras que te são dadas
Para percorrer todo o caminho
Seja Prosa ou Poesia
O que importa é escrever
Fazendo-o com alegria
A charada contém magia
Onde possas colher prazer
© Armindo Loureiro
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MEIA VOLTA E VOLVER
A vida é um grande quebra-cabeça,
Compreender as coisas que a compõe;
É por vezes esperar que não aconteça.
Incógnitas que nos depara e impõe
Encobertas por um certo enigma;
Só os descortinando se transpõe!
Parece até eventual paradigma;
Que acompanha o rasto gente
Gotejando angústia e estigma.
A este puzzle intransigente
Há que fugir como o diabo da cruz
E se possível for; indulgente!
Nada nisto me atrai e seduz,
São charadas que não sei resolver
Sinceramente também não me propus!
Não pretendo medir forças e vencer;
É algo que não tenho vontade nenhuma;
Como tal: meia volta e volver!
-Ele há coisas que uma pessoa não se acostuma!
© RAADOMINGOS
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Sonetos do Universo | 01/2022